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Foto do escritorGepeh Ufms

I Colóquio Nacional do GEPEH/UFMS articula discursos sobre políticas educacionais e formação docente

Atualizado: 1 de nov.




Nos dias 11, 12 e 13 de setembro, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) foi palco do I Colóquio Nacional do Grupo de Pesquisas Currículo, Cultura e História (GEPEH/UFMS), cujo tema central foi “Políticas Educacionais, Currículo e Formação de Professores: Processos Formativos da Educação Infantil ao Ensino Médio”. O evento serviu como um espaço de articulação de diferentes concepções e conceitos sobre a educação, em que temas centrais como políticas educacionais, currículo e a formação de professores foram (re)significados em meio às lutas por hegemonia nos discursos educacionais.


Todo discurso é uma articulação contingente e em disputa por significação. Nesse sentido, o Colóquio funcionou como uma arena onde diferentes atores sociais — professores/as, acadêmicas/os e estudantes — apresentaram suas visões sobre a educação, desafiando antagonismos e reconfigurando as fronteiras do campo educacional.


A abertura, conduzida pela Profa. Dra. Maria Aparecida Lima dos Santos, líder do GEPEH, trouxe à tona uma visão sobre a formação de professores em perspectiva emancipatória, celebrando os 15 anos de trajetória do GEPEH/UFMS. 



As mesas redondas dos dias 11 e 12 deram corpo à disputas discursivas centrais sobre o Ensino Médio e as políticas curriculares. No primeiro dia, a mesa sobre Pesquisas sobre o Ensino Médio reuniu o Prof. Dr. Christian Lindberg (UFS), a Profa. Dra. Laura Roberta Fontana (GEPEH/UFMS) e a Profa. Dra. Dirce Zan (UNICAMP), que abordaram temas como as reformas educacionais e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).



Abertura: A construção de uma cadeia de equivalência na formação de professores


A abertura, conduzida pela Profa. Dra. Maria Aparecida Lima dos Santos, líder do GEPEH, trouxe à tona uma visão sobre a formação de professores em perspectiva emancipatória, celebrando os 15 anos de trajetória do GEPEH. Sob uma leitura laclauniana, a fala de Maria Lima articulou uma cadeia de equivalência, onde diferentes demandas do campo educacional, tais como a valorização dos professores, a crítica às políticas neoliberais e a defesa de uma educação crítica e antirracista, foram conectadas sob o mesmo horizonte de emancipação.


Ao estabelecer esses elos, o discurso de abertura não apenas reconheceu a diversidade de lutas presentes no campo, mas também procurou unificar essas demandas em torno de um projeto hegemônico que propõe um modelo alternativo de educação. 



Mesas Redondas: Articulações e confrontos em torno das políticas educacionais


As mesas redondas dos dias 11 e 12 deram corpo a disputas discursivas centrais sobre o Ensino Médio e as políticas curriculares. No primeiro dia, a mesa sobre Pesquisas sobre o Ensino Médio reuniu o Prof. Dr. Christian Lindberg (UFS), a Profa. Dra. Laura Roberta Fontana (GEPEH/UFMS) e a Profa. Dra. Dirce Zan (UNICAMP), que abordaram temas como as reformas educacionais e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Sob a perspectiva laclauniana, esses debates podem ser compreendidos como uma disputa pela hegemonia discursiva sobre o significado da educação no Brasil.



O antagonismo presente nas reformas do Ensino Médio foi destacado pela oposição entre o discurso tecnicista da BNCC e os projetos pedagógicos críticos defendidos pelos palestrantes. A Profa. Dra. Laura Roberta Fontana, por exemplo, destacou o impacto das reformas nas práticas docentes, enfatizando como essas mudanças desarticulam formas tradicionais de ensino e criam novos antagonismos entre os educadores, que se veem desafiados a resistir a um modelo de educação centrado no mercado.



Resistência e Antirracismo: A redefinição de fronteiras discursivas


No dia 12, a mesa redonda sobre Experiências Promotoras de Ambientes Antirracistas foi um dos pontos altos do Colóquio, com a participação da Profa. Cristiane Melo e do Prof. Felipe Augusto da Costa Souza. Sob a mediação do Prof. Dr. Lourival dos Santos (UFMS e GEPEH/UFMS), o debate focou na articulação de uma nova fronteira discursiva que desafia o racismo estrutural no ambiente escolar.


O Colóquio se encerrou com a mesa intitulada Colocando o Currículo para Dançar na Ciranda de Saberes: Potencialidades do Pensamento Liminar, que contou com a participação do Prof. Dr. Álvaro Pereira do Nascimento (UFRRJ) e do Prof. Dr. Lourival dos Santos (UFMS e GEPEH/UFMS), além das acadêmicas do curso de licenciatura em Educação do Campo Devanir Santana da Silva, Regina Theodoro Martins, Maria Aparecida Silva Martins, convidadas para apresentar a experiência de formação inicial conduzida pelo prof. Lourival. Essa mesa redonda pode ser vista como uma articulação de diferentes significados em torno do currículo, onde as fronteiras entre saberes populares, acadêmicos e quilombolas foram fluidas e constantemente (re)negociadas.



O colóquio reafirmou que o campo da educação é permeado por lutas e articulações contingentes, onde diferentes projetos de sociedade estão em disputa. Ao colocar no centro as experiências de professores, estudantes e pesquisadores, o GEPEH contribuiu para a ampliação das discussões e para a construção de novas possibilidades de articulação de sentidos, que podem transformar profundamente as práticas educacionais no Brasil.


A atividade "Pelas ruas onde andei: narrativas e territórios na cidade de Campo Grande/MS", realizada durante o I Colóquio Nacional do GEPEH/UFMS, foi um dos momentos de destaque do evento, proporcionando uma experiência imersiva e sensorial aos participantes. Inspirada nas noções de território, memória e identidade, a atividade explorou a cidade de Campo Grande como um espaço vivo, repleto de histórias e significados que refletem as complexas relações sociais, culturais e políticas da região.


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